CAMINHANTE

Caminhante

Silhueta que se move pelas ruas
apenas visível a um olhar atento
se mistura nas árvores nuas
não se incomoda com o relento

Caminha nas sombras da noite
com a calma de quem conhece o mundo
no corpo as marcas do açoite
e as cicatrizes de um corte profundo

Na alma o ardor das escaras
no peito o aperto de uma apnéia;
em seus dias se banha nas aguas claras
se cobre em bálsamo e panacéa

Às mãos daquela que lhe traz a cura
pras dores da alma e pras dores do corpo
e o tira daquela vida escura
devolve a vida à um caminhante já morto.

Hermes Dalvia Filho

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