PERDOADO

Perdoado
Quanto tempo cabe
num segundo inteiro
quando o corpo sabe
que a alma está em desespero
O grito abafado por dentro
na garganta, com força, contido
a dor aguda no peito, no centro,
aflito por um ombro amigo
Carente de um gesto afável
que toca a gente lá no fundo
e encontro, no mais improvável,
um coração onde cabe o mundo
E em deito olhando pro teto,
escutando as vozes em coro,
me viro e me encolho como um feto,
não consigo mais conter o choro...
As lágrimas escorrem quentes,
sem ninguém pra enxugar,
parecem gotas ardentes
no rosto a se espalhar
E eu alí desconsolado
e com dor no coração,
começo a me sentir amado,
começo a ter o seu perdão...
E num sorriso me abraça,
mostrando que ainda se importa,
quando a chuva toda passa
nenhuma planta fica morta
O meu amor por ti só cresce
em conversas de vários assuntos,
a nossa vida já floresce
e o mundo é mais leve quando estamos juntos.
Hermes Dalvia Filho

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SONETO DA GRATIDÃO

AH O AMOR...

SONETO DA ILUSÃO DE AMAR...