Sozinho
Sentado
Sofrendo
Calado

Passos que ecoam no campo aberto,
que vem de longe, passam por perto,
desviam, não notam no chão
a figura tão triste com a foto na mão.

Cada passo um rosto, um vento sombiro
Cada rosto é borrado, cada rosto é vazio
Ilumina-se em sombra, tal qual chama de vela
a figura que clama: "Porque não me atropela?"

E se cala sozinho, se fecha, se abraça,
Será que ignoram? Será que acham graça?
Fica lá só deitado, sem nenhuma esperança
Com o corpo despedaçado e o coração de criança.

Hermes Dalvia Filho

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