INVERNO E VERÃO
Inverno e verão
o vento passava,
abraço gelado,
seu sopro falava
num grito abafado
Palavras confusas,
um som inaudível,
frases intrusas,
tons em desnível
a baixa temperatura
a pele percorre;
noite escura,
luar que corre
Raios de luz
vem beijar a face,
a suavidade seduz,
a esperança nasce
A luz, agora, converge
e a pele na pele se aquece,
o humano já emerge
da besta já se esquece
Revela-se a face no frio,
o calor vem e se espalha
degela as margens do rio,
preciso, tal qual navalha
Com ele vem a vida
apoiada na sensação que cresce
ele é quem ganha a corrida
enquanto o mundo floresce
Para o poeta, essa é a hora
de desvendar o mundo em volta,
a caneta não demora
a desenhar tão sublime porta
Porta que só abre quem ama,
com a força do coração,
e descobre que é na alma humana
que se faz inverno e verão
Hermes Dalvia Filho
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